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Cida Lima

SOBRE O DESIGNER

Cida Lima

O povoado de Sítio Rodrigues sempre teve uma produção artesanal de cerâmica, mas a sua principal representante de hoje não acreditava no seu potencial.

As famosas cabeças de cerâmica da mestra Cida Lima são frutos de uma história de muita dedicação e sacrifício. Com apenas oito anos de idade, Maria Aparecida de Cida Lima, começou a moldar o barro para ajudar a família no sustento da casa. Nascida e criada no município de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, terra berço de uma verdadeira riqueza artesanal, ela não mediu esforços para ver o bem dos seus familiares. “Com oito anos eu já fazia as peças direitinho. Fazia pra comprar roupa, calçado, comida e pra ajudar minha vó (...) lembro que a gente catava os restos de terra que o pessoal deixava, aguava, pra depois fazer as pecinhas pequenas. Dava pra fazer panela, tigela e jarras de colocar água”.

A mestra lembra que até os 14 anos de idade ela dividia seu tempo entre o trabalho no barro e como faxineira na casa de outras pessoas, mas o dinheiro que ganhava na época não dava rendimento. “A gente trabalhava, mas o dinheiro não dava pra se manter. Só dava pro feijão e pra farinha”.

Em 2005, Cida teve uma reviravolta em sua trajetória, quando conheceu a artista plástica Ana Veloso, que na época coordenava o projeto Estado de Arte, da Secretaria de Cultura de Belo Jardim, cujo objetivo era revitalizar a produção artesanal do município e estimular a potencialidade dos artesãos do local. “Ela falou que era pra gente mudar o trabalho e fazer as peças como artesanato, porque a gente chamava de louceiro (em referência as panelas de barro). A gente não sabia nem o que era artesanato na época”. Ana Veloso gostou tanto do trabalho de Cida que se comprometeu em ajudá-la a melhorar sua arte. “Com a mudança do trabalho eu vi que nossa vida ia melhorar”. Após as dicas de Ana Veloso, ela começou a fazer travessas, cuscuzeiras, e passou a produzir as famosas cabeças de barro, que traz uma verdadeira feição com nariz, orelha e um acabamento impecável. “As cabeças foram criadas por mim e por meu filho Jailson, e Ana disse que a gente ia conseguir dinheiro e satisfação vendendo elas”. Com o sucesso das cabeças, Cida não parou mais. “Eu sou uma pessoa realizada. Eu nunca pensei que por causa desse trabalho meu eu fosse chegar até onde cheguei”.

Hoje, Cida é reconhecida pelo PAB - Programa de Artesanato Brasileiro – como mestra artesã, e Belo Jardim foi o primeiro município pernambucano a receber a Carteira Nacional de Artesanato Brasileiro.